"O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? Mas a gente nunca conhece."
Juro que já havia pensado nisso! (é o que eu chamo de "limitação geográfica do amor"[ser filósofo também é inventar nomes bonitos para as coisas])
Como é possível dizer que encontramos o "amor de nossas vidas", nossa "alma gêmea", a "metade da laranja" sendo que nosso círculo de relações é ESTREITÍSSIMO e limitado pelo nosso horário, condição financeira, gostos, preferências, LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA, etc, etc, etc?
E se o verdadeiro amor de nossa vida mora na Groenlândia? E se ela é comunista e eu conservador? E se trabalho à noite e ela de dia, o que impossibilita até que nos cruzemos? E se ela faz parte da alta sociedade paulistana e eu sou de classe média baixa?
Isso só me faz crer que o amor é mais uma construção movida a interesses (e essa construção pode ser tanto consciente como inconsciente) como aponta Bukowski do que qualquer outra coisa, procuramos e o que queremos e acabamos achando.
O acaso dirige nossas vidas, em todos os âmbitos e quesitos, não há destino, não há teleologia, providência, Deus e nada disso.
Pessimismo?
Acho que não, se a vida não fosse efêmera, regida pelo acado, quão belo teria sido tê-la conhecido? Quão sortudo eu seria se apenas fôssemos marionetes da Fortuna, ou de um destino preestabelecido?
"Nós vamos morrer, e isso nos faz tão afortunados" (Richard Dawkins em Desvendando o Arco-Íris)
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