segunda-feira, 23 de julho de 2012
RICHARD CORY
Quando Richard Cory ia à cidade,
As pessoas na calçada se voltavam para ele;
Era, da cabeça aos pés, um cavalheiro,
Os traços nítidos, senhorialmente esbelto.
Sabia vestir-se, mas sem afetação,
Quando falava era sempre muito humano;
Todavia, o coração acelerava-se ao ouvi-lo dizer:”Bom dia!”
E ao andar dir-se-ia que tinha uma auréola.
Era rico, mais rico do que um rei
E admiravelmente destro em todas as artes;
Nós, enfim, não nos cansávamos de supor
Que estar no seu lugar seria mais do que um sonho.
E assim trabalhávamos, aspirando a luz,
A maldizer o pão, vivendo quase à míngua,
E, numa calma noite de estio, Richard Cory
Foi para casa e estourou os miolos.
[Edwin Arlington Robinson, trad. Breno Silveira]
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