Por Filipe Liepkan,
No Right Stuff, apenas dois parágrafos do excelente The Hilarity of Postmodernism:
“Postmodern writing has
become so stilted, mechanical, dogmatic and predicable that a man named
Andrew C. Bulhak has written a computer program that mimics the
language of postmodern critical theory with such effectiveness that many
are fooled into thinking it is a real academic paper they are reading
at first glance. Another awesome troll of these ridiculously self
important intellectuals. Well done Andrew.
It seems strange that a
philosophy that is seemingly so absurd could have so much unseen power
in today’s culture and could have contributed to the takedown of so many
social institutions. The family, masculinity, femininity, capitalism,
nationalism, patriarchy and even orthodox Marxist socialism have all
been under assault from this school. This illustrates the social power
of critical theory and deconstructionism. The theories are prima facie
ridiculous, but they slowly and surely chip away at the foundation of a
culture as they are intended to do. This is the intentional strategy of
critical theory.”
Agora, veja você como um texto fabricado nos requisitos vazios da linguagem pós-moderna consegue
expressar aparentemente uma noção de intelectualidade esclarecida,
ainda que ausente de qualquer significado minimamente necessário a
qualquer entendimento acadêmico. Ou seja, enquanto texto fabricado por
um programa [literalmente], a evidência de uma estrutura de linguagem
corrobora não somente sua inutilidade, mas também sua perversidade
patente. Ao menos como um trato lúdico do assunto, seria interessante
levar esse mesmo texto aos mestres pós-modernistas da academia
brasileira e observar (como quem aprecia um bom filme) a dissimulação
intelectualista patológica dos tais e a pretensão de valorização de uma
estética previsível.
A previsibilidade dessa linguagem sui generis, contudo unânime nas tendências de qualquer movimento desconstrutivista, também se revela na Teologia Liberal em todas as suas vertentes
e segue uma padronização estrutural irrefutável. É certo que o
desconstrutivismo enquanto estratégia discursiva pode ter utilidade
prática também na análise do ideário utópico e materialista, essencial
aos teólogos liberais, mas deve ser também vinculado a uma estética que
esconde em rodeios intermináveis o cerne da questão. Em outras palavras,
é possível dizer que a “escrita pós-moderna” utilizada pelos teólogos
liberais corrobora não somente uma identidade grupal, mas também o
redescobrimento de técnicas de afastamento da responsabilidade pessoal
perante certos assuntos que se escancarados ao público traria descrédito
e desconfiança imediatos. Ao dissimular nas palavras o significado real
daquilo a que se pretende, geralmente por meio de expressões
misteriosas, genéricas e despropositais, os teólogos liberais usufruem
da mesma benesse com a qual hoje qualquer desconstrutivista consegue
estimular sua aparência intelectualizada e subliminar. É de fato uma
artimanha que ampara a irresponsabilidade intelectual no que foi
gesticulado.
Esse é o motivo pelo qual os palestrantes de movimentos como o Missão Integral conseguem
tantos adeptos sem antes vincular sua imagem a conceitos e ativismos
eminentemente políticos, abraçados pelas paixões dissolvidas
propositalmente em diversos tópicos que segundo uma perspectiva latina
teria relação direta com o Evangelho. Dou como exemplo simplório sua
preocupação ambiental e sua ambição com as políticas de Estado de
redistribuição da riqueza, ambas a princípio sem grande relação com a
mensagem salvífica. Espero que em algum momento futuro tenha eu
paciência para escrever mais sobre o assunto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
1. Seja polido;
2. Preze pela ortografia e gramática da sua língua-mãe.