Por O Jangadeiro,
Em 1957, a escritora e filósofa Ayn Rand, lançou sua Magnum Opus – A
Revolta de Atlas. Nessa distopia, a russo-americana desenha um cenário
de caos quando os artistas, os produtores e os inovadores resolvem
entrar em greve, cansados de serem tidos como exploradores e
inescrupulosos, quando na verdade “levam o mundo nas costas”. Dessa
forma, os outros, que apenas espoliam as riquezas geradas, não conseguem
administrar com eficiência as empresas, acarretando uma hecatombe
social. Esse livro foi eleito pelo povo americano como a segunda obra de
maior influência nos EUA. (Creio que eles precisam lê-la novamente com
urgência!). A mensagem é clara: o mundo precisa de gente que possa
criar, e não puni-las por isso.
Em 2012, Gerárd Depardieu, um dos
maiores atores franceses da atual geração, disse que irá renunciar a sua
cidadania francesa e ir morar na Bélgica para fugir dos pesadíssimos
impostos sobre fortunas da França. O que chamo de pesadíssimos? 75% da
sua renda. Quer mais? Como se não bastasse, o ator de Obelix ainda foi
exposto publicamente pelo governo francês por esse ato.
Mera coincidência?
A verdade é que os governos europeus (e não só eles) estão falidos. O
tão sonhado mundo dos direitos (à saúde, à educação primária e
superior, à moradia, à alimentação, à renda mínima, à previdência, etc.)
não casa com a realidade. A conta simplesmente não fecha. Ele até se
mantém com alguns defeitos, mas em pouco tempo ele decai, demonstrando
suas fragilidades. A lição que deveríamos ter em mente é: o governo não
pode sair distribuindo direitos e pagar a conta com gigantescas dívidas.
Um dia o longo prazo chega, e parece que esse dia está bem próximo. No
caso francês, o governo ta querendo uma chance para colocar a economia
no trilho, retirando três quartos do que os ricos ganham. Gerárd
Depardieu, um desses ricos, disse não à esse “pedido” do governo. Nada
mais justo.
No Brasil não vivemos uma realidade muito diferente.
Nossos empreendedores e produtores são sufocados com um estado obeso,
lento e ineficiente. O resultado disso? Nossas principais cabeças
pensantes, os jovens que deveriam criar algo novo, se enfileiram por
cargos públicos meramente burocráticos. Nosso atual modelo mata a
inovação na raiz: na cabeça dos jovens que pensam em empreender, mas
esbarram em um estado hipertrofiado com um emaranhado de leis
incompreensíveis e impostos obscenos. Ou você nunca se perguntou o
porquê de Bill Gates e Steve Jobs serem americanos e não brasileiros? Os
jovens americanos são mais inteligentes do que os brasileiros? Não!
Apenas não possuem tantas barreiras para criar como aqui.
Mas isso
tudo passa totalmente despercebido no nosso cotidiano. Comportamos-nos
como um sapo dentro de uma panela com água quente. Simplesmente, não
percebemos a elevação gradual da temperatura (leia-se: aumento do
estado), até o dia que padeceremos sem perceber, por não inovarmos mais!
Fecharemos
2012 com um crescimento de PIB na casa de 1%, e uma inflação superior a
5%. Será que isso não basta para percebermos que nosso atual modelo de
crescimento é falido? Será necessário o Ronaldo se naturalizar americano
para percebermos isso?
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