Por Folha de São Paulo,
O Brasil deverá ser o país com menor crescimento na América do Sul no primeiro triênio da gestão Rousseff.
México tira do Brasil posto de 'queridinho' da América Latina
Análise: Mesmo com erros, projeções são importantes para tomar decisões
Análise: Mesmo com erros, projeções são importantes para tomar decisões
A média de expansão esperada para a economia brasileira entre 2011 e
2013 é de 2,4%, número menor que o projetado para todos os demais países
da região.
Se isso se confirmar, será a primeira vez desde o governo Fernando
Collor de Mello (1990-1992) -quando a economia contraiu 1,2% -que o
Brasil perderá para todos os vizinhos no primeiro triênio de governo.
O desempenho médio do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil também
deverá perder no triênio para o do México e de outros nove emergentes,
só acima da Hungria, afetada pela crise do euro.
Os números levantados pela Folha são da consultoria britânica EIU
(Economist Intelligence Unit). Projeções do Itaú Unibanco e do HSBC
para as economias sul-americanas confirmam a tendência.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
![]() AMÉRICA DO SUL
As projeções indicam recuperação do Brasil em 2013, com crescimento
entre 3% e 3,5%. Ainda assim, o desempenho do país deverá ser pior que o
das economias mais dinâmicas da América do Sul.
Diferenças entre o tamanho das economias e seu nível de desenvolvimento podem ajudar a explicar taxas distintas de expansão.
Luiz Fernando de Paula, professor da UERJ, acredita, por exemplo, ser
normal que Colômbia, Peru e Chile cresçam a taxas mais elevadas: "São
países de dimensão pequena. A economia do Brasil é mais complexa".
Mas a trajetória recente de expansão do Brasil em comparação com a de
seus vizinhos e de outros emergentes indica que o país enfrenta
problemas domésticos que limitam sua expansão.
"Nossa desaceleração é, de longe, maior que a dos vizinhos. Vários
enfrentaram cenário de crise externa igual ao nosso e não pararam de
crescer", diz Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco.
Ele ressalta que alguns países da região aproveitaram os anos de bonança
dos altos preços de commodities para elevar sua taxa de investimento, o
que aumenta a capacidade de crescimento.
No Brasil, a taxa de investimento não chegou ao patamar de 22% a 25% do
PIB que, segundo economistas, poderia sustentar o crescimento em 4,5% a
5% ao ano.
ESTÍMULOS SEM EFEITO
Apesar de estímulos concedidos pelo governo ao setor privado em 2012, a
taxa de investimento recuou para cerca de 18% do PIB, uma das mais
baixas da América do Sul e do mundo emergente.
"Um dos grandes mistérios de 2012 é por que a economia não reagiu ao
caminhão de estímulos do governo", diz Armando Castelar, da FGV.
A dúvida em relação a 2013 é se os investimentos decolarão. Castelar aposta em recuperação, mas moderada.
Com menos investimentos, a estimativa de Marcelo Kfoury,
economista-chefe do Citibank, é que o potencial de crescimento do país
tenha recuado de 4,5% para 3,5% em quatro anos.
Economistas dizem que incertezas em relação a mudanças regulatórias
feitas pelo governo contribuem para o receio de empresários em investir.
Mas há outros fatores.
André Loes, economista-chefe do HSBC, ressalta que a economia brasileira, principalmente a indústria, perdeu competitividade.
"O Brasil se tornou caro e pouco competitivo. Isso tem impacto negativo nas decisões de investimentos."
Medidas como desoneração da folha de pagamentos e redução das tarifas de
energia devem ter efeito positivo, mas o maior desafio citado é
recuperar a produtividade.
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