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Modelo de bolsa da Professora Marilena Chauí e
que pode ser comprado com desconto para as suas alunas
na FFLCH
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Prezada professora Marilena
Chauí, permita-me uma breve apresentação: sou alguém que jamais estudou
filosofia ou história, que nunca fez nenhum tipo de “mestrado cheeseburger” (ou
doutorado sanduíche, como vocês aí da FFLCH dizem) e – agora se prepare para o
pior – alguém que acredita em Deus! Não se ofenda, portanto, professora, se
invoco este mesmo Deus, já nas primeiras linhas, com a esperança de que me ilumine na
gigantesca tarefa de questioná-la.
Não passo de um simples médico que mora
em Porto Alegre. Aos 43 anos de idade, profundamente magoado com o que se
tornou a Medicina no Brasil eu me tornei um “trabalhador da saúde” e estudo
Filosofia como forma de consolo.
Nos anos 80 e 90 li muitos de seus
artigos. Tenho uma boa noção do que venha a ser ideologia, repressão sexual e
discurso competente no âmbito da sua obra.
Algum tempo atrás a senhora proferiu
uma palestra em que chamava a classe média de São Paulo de “sinistra”.
Mais recentemente, tornou-se disponível
na internet um vídeo em que a senhora chama a imprensa brasileira de “obscena”
- imagino eu que em função da cobertura dada à Ação Penal 470.
Sabendo que a senhora é profunda
conhecedora de Spinoza, faço minhas as palavras dele quando o mesmo diz que “nada estimo mais, entre
todas as coisas que não estão em meu poder, do que contrair uma aliança de
amizade com homens que amem sinceramente a verdade”.
É sobre este assunto - a verdade - que
vamos tratar, a senhora e eu, nestas rápidas linhas. Gostaria de começar
discutindo a história do Brasil num período em que a senhora me parece especialista
– aquele que vai de 1964 a 1985. Imagino que o mais importante e que deve ficar
claro para todos os seus alunos, é que em 1964 vivíamos em plena democracia
tratando-se de uma grande mentira dessa imprensa “obscena” afirmar que, desde
1961, integrantes das chamadas Ligas Camponesas estavam fazendo treinamento
terrorista em Cuba e voltando para o Brasil.
Penso também que quando tratamos
da fundação do Partido dos Trabalhadores, devemos buscar sua origem na famosa
reunião do Colégio Sião em São Paulo no ano de 1980; nunca no absurdo promovido
pelo General Golbery do Couto e Silva quando em 1967 resolveu prender alguns de
seus amigos e colegas de ensino superior na Ilha Grande junto com marginais
comuns. Dessa reunião genial surgiram duas grandes instituições brasileiras –
uma foi o Partido ao qual a senhora pertence; a outra o Comando Vermelho.
A senhora deve lembrar-se desse ano,
professora. 1967 pertence a uma década em que um colega seu da Alemanha,
Herbert Marcuse, encontrou nos marginais um “potencial revolucionário até então
ignorado”. Porém, não quero causar constrangimento e por isso vou mudar de
assunto. Pergunto-lhe, com toda sinceridade, se é verdade ou não que o CNPQ
transformou-se, a partir de 2003, no CNPQ do B, professora. Alguns amigos meus
insistem com essa acusação. Afirmam que alguns dos seus pupilos passaram a
frequentar esta que a senhora deve considerar atualmente uma das “melhores
universidades do mundo” - a New York University (NYU). Saem de lá com teses tão
importantes para Universidade Brasileira que a nossa chamada “cultura superior”
nunca mais vai ser a mesma. Suponho a existência de trabalhos maravilhosos e
até fantasio com alguns títulos. Assim, vislumbro a existência de algum PhD que
desenvolveu o tema “A influência da masturbação feminina no interior de São
Paulo no processo de globalização neoliberal” ou “Poluição Ambiental e
preconceito de Gênero no Grande ABC”.
Parabéns, professora, são todos
frutos seus. Sustentados pelo governo brasileiro, esses novos intelectuais
passam 4 semanas em NY. Durante 3 delas, nada mais fazem do que tomar café em
grandes copos de isopor e puxar o saco de professores gays, ateístas ou
afro-americanos (de preferência as 3 coisas juntas) que, ao contrário dos MEUS
verdadeiros amigos gays, ateístas ou
afro-brasileiros são sustentados pela
versão americana do PT – O Partido Democrata, este lixo que faz questão de
destruir dia a dia através do New York Times, da ONU e das ONGS ecológicas tudo
aquilo que a América construiu e conserva de bom.
Para terminar, outro tema que me
intriga é este “tal de mensalão” que a senhora chamou de “distorção produzida
pela Ditadura (imagino que seja a de 64; não a de Chaves ou Castro) no campo da
política” fazendo ainda questão de dizer que o “mensalão não é uma questão de
moral”.
Sobre moral, professora, não
tenho condições para discutir com a senhora. Quero, porém esclarecer porque, já
que não desejo “ofendê-la” considerando-a uma pessoal imoral. Eu jamais vou
afirmar que a senhora é uma pessoa imoral, porque eu a considero sobre outro
princípio. A senhora, depois de tudo que estudou na vida, depois da importância
que alcançou no meio intelectual brasileiro, depois de ter emprestado sua
imagem para eleger aquele que representava a última esperança para um povo como
o nosso – esta aberração chamada Luís Inácio Lula da Silva – é uma pessoa
AMORAL.
Tudo aquilo que a senhora
escreveu nos anos 80 e 90 foi por água abaixo, professora, e agora pertence ao
lixo da história. Seus livros, que antes eu encontrava nas grandes livrarias,
agora estão mais disponíveis em sebos
porque a senhora, até para quem é leigo em filosofia e historia não
passa de uma grande charlatã a serviço do partido mais criminoso de toda
história política brasileira.
É o PT, professora, quem diz o que é
certo e errado para senhora. É ele quem define o seu conceito de moral e foi
ele quem mudou todo o seu discurso. A senhora não tem mais nenhuma salvação,
minha cara professora. Seu discurso é o conveniente; sua opção foi pelo mal.
Porto Alegre, 31 de janeiro de
2013
Milton Pires é médico cardiologista e colaborador d'O Bico do Tentilhão
Milton Pires é médico cardiologista e colaborador d'O Bico do Tentilhão
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