Completado um quadriênio sob efeitos de crises no mundo desenvolvido, o
crescimento econômico do Brasil sofreu uma perda de 41% na comparação
com os quatro anos anteriores.
Com a recém-divulgada expansão de apenas 0,9% em 2012, o Produto Interno
Bruto contabiliza um avanço médio de 2,7% anuais desde 2009, modesto
para os padrões e necessidades das economias emergentes.
Já entre 2005 e 2008, vivia-se o período de maior bonança nacional em
tempos de inflação sob controle, com crescimento médio de 4,6% ao ano
--vigoroso o bastante para que o governo considerasse o país imune às
turbulências externas.
No final daquele período, quando a quebra do banco norte-americano
Lehman Brothers precipitava o início de uma recessão mundial, a
administração petista minimizava o impacto doméstico do novo cenário
global.
Na metáfora do então presidente Lula, o tsunami enfrentado pelos Estados
Unidos chegaria ao Brasil como uma "marolinha". Para a então
ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, seria uma "pequenininha
gripe".
Mas, se de fato não passou por uma retração econômica dramática, o
Brasil esteve longe de ser, como divulgava a propaganda oficial, o
último país a entrar e o primeiro a sair da crise.
Levantamento feito pela Folha mostra que o país ocupa uma posição
intermediária entre os mais e menos afetados pela conjuntura
internacional adversa --que, do estouro de uma bolha imobiliária nos
EUA, desaguou em um impasse de endividamento público na zona do euro.
Consideradas as principais economias do mundo, reunidas no G-20, nove
países e a União Europeia passaram por perdas de crescimento econômico
mais agudas que a brasileira; nessa lista, o PIB encolheu na Itália, no
Reino Unido e na UE no geral.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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COMPARAÇÃO
Outros nove países sofreram menos que o Brasil, na comparação entre o
quadriênio da crise e os quatro anos anteriores. No entanto, apenas
dois, Arábia Saudita e Indonésia, não experimentaram uma desaceleração
de um período para o outro.
Previsivelmente, o mundo desenvolvido foi mais abalado, incluindo
europeus, EUA e Japão. Os mais resistentes são os emergentes asiáticos,
que englobam ainda a China e a Índia, além da Coreia do Sul --que, para
parte dos analistas, já está entre as economias avançadas.
Para o Brasil, a consequência negativa mais palpável da nova conjuntura
global foi a interrupção da escalada dos preços das commodities, ou
seja, dos produtos primários de exportação como soja e minério de ferro.
Antes de marolinhas ou tsunamis, o país surfava no boom das commodities,
que sustentava recordes sucessivos das exportações e dava impulso ao
crescimento da produção e da renda.
Apesar da quase estagnação do último ano, a economia brasileira mantém
taxas de desemprego em patamares historicamente baixos, que, com a ajuda
de programas sociais, suavizam os impactos adversos.
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