Por Globo,
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios mostrou que o
analfabetismo no país parou de cair e que água na torneira e coleta de
lixo ainda são grandes problemas.
O lixo da casa de Apolinário Libório de Sousa vai para o fundo do
quintal, bem no lugar onde a neta dele brinca todos os dias. “Não passa o
caminhão que carrega o lixo, e eu nem sei quando é que vai passar”,
diz.
Seu Apolinário mora em Paço do Lumiar, no Maranhão, o estado o país que
- proporcionalmente - tem o menor número de casas com coleta de lixo.
São 54%, segundo a pesquisa nacional por amostra de domicílios, feita
pelo IBGE.
A média de domicílios com coleta, em todo o país, se manteve a mesma entre 2011 e 2012: 88%.
Em Rondônia, o problema é água na torneira. O pedreiro Gabriel Batista,
morador da periferia de Porto Velho, tem que buscar na escola. “Não
temos água em lugar nenhum. Só estamos bebendo hoje, agradece a escola",
conta.
Menos de 41% das casas do estado tinham água encanada em 2012. A média
nacional é bem maior: 85% dos 62,8 milhões de domicílios brasileiros têm
abastecimento permanente de água.
A presença de rede de esgoto aumentou entre os dois anos. Chegou a
57,1% das casas pesquisadas. O fornecimento de energia elétrica, no
entanto, chega a quase todos os lares. 99,5% do total.
Outra boa notícia foi a queda do trabalho infantil. Entre 2011 e 2012,
156 mil brasileiros entre 5 e 17 anos deixaram e ser explorados. Mas
ainda existem 3,5 milhões de crianças e jovens nessa situação. A maioria
é homem e trabalha na roça.
A pesquisa revelou também que existem 13,2 milhões de pessoas no país
que não sabem ler e escrever. E uma má noticia: o índice de
analfabetismo, que vinha caindo no Brasil, voltou a crescer entre 2011 e
2012.
A pesquisa considera analfabetos os cidadãos com 15 anos ou mais que
não saibam ler e escrever. O índice foi de 8,6% para 8,7%. A variação de
0,1 ponto percentual é considerada dentro da margem de erro pelo IBGE.
Foi a primeira vez que o analfabetismo não caiu em relação ao ano
anterior desde 1997.
“Pode ver que em todas as faixas etárias nós estamos em manutenção do
percentual. Nós entramos em uma fase de estagnação. Não pode 1% dos
indivíduos de 15 anos ou mais ser analfabeto nesse país que conseguiu
universalizar o acesso à escola", explica o professor do departamento de
geografia da USP Wanderley Messias da Costa.
A região Nordeste concentra mais da metade dos analfabetos do Brasil. O
maior índice é o de Alagoas, com 21,8% da população de jovens e adultos
do estado.
O IBGE também pesquisou o grupo de analfabetos funcionais, pessoas com
menos de quatro anos de estudos completos. Eles representam 18,3% da
população com 15 anos ou mais.
Dona Maria do Rosário fez apenas dois anos de escola, tinha que ajudar os pais na lavoura.
A leitura sempre fez falta e agora, aos 55 anos de idade, ela voltou a estudar.
A leitura sempre fez falta e agora, aos 55 anos de idade, ela voltou a estudar.
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