Entre
outubro de 1901 e fevereiro de 1902, foi escrito por Lênin “Que
fazer?” O
livro foi publicado em março de 1902. Lenin sabia que para construir
um partido verdadeiramente revolucionário, que pudesse cumprir as
tarefas colocada pela revolução, era preciso derrotar em todos os
campos as concepções que negavam o papel da teoria revolucionária,
da construção de uma sólida organização partidária e da
necessidade de colocar no centro da tática e da estratégia
socialista a luta política contra a autocracia czarista. A vitória
do economicismo no interior do partido significaria a derrota da
revolução russa.
Afirmava Lênin que o livro resumia o conteúdo da ação política
do
movimento social-democrata russo, o
planejamento desta ação e a construção de uma organização de
combate para toda a Rússia.
Ontem, dia 13 de outubro 2013, conversaram através da
internet, Olavo de Carvalho, Graça Salgueiro e Lobão. De tudo que
foi dito talvez a maior mensagem deixada diga respeito ao que “não
fazer” nesse momento. Mais do que claro ficou a importância de
compreender a diferença entre trabalho político e aquilo que vou
chamar aqui de “contra-revolução cultural”.
O grande equívoco ao pensar que Olavo, Graça e Lobão
estivessem propondo estratégia e tática de combate ao PT reside em
não saber diferenciar o tipo de poder que Lênin enfrentava e aquele
que governa o Brasil hoje. Percebam que “Que fazer?” foi escrito
muito antes de Gramsci e verão a pouca importância que devemos dar
aos partidos e a luta política no nosso país no presente momento
pois claro ficou entre os debatedores que é no campo da cultura que
trava-se a batalha.
Olavo
de Carvalho, de maneira brilhante, mostrou que mesmo durante o
Governo Militar não houve oposição alguma ao movimento
revolucionário comunista quando esse tomou conta das redações dos
jornais, das universidades, das artes e de toda produção cultural
brasileira. Ironicamente, até nas aulas de “Educação Moral e
Cívica” de Lobão, aprendiam-se as letras de Chico Buarque. Sim,
de Chico Buarque! O mesmo que agora assina manifesto em apoio a José
Genoíno! Graça Salgueiro nos contou da sua “aversão pela
política partidária” com palavras que faço minhas e deixou claro
a diferença entre falta de esperança e sensatez quando se trata
desse assunto.
O
que pretendo, meus amigos, nesse texto – espécie de resenha
daquilo que escutei ontem – é fazer um aviso aos colegas de
profissão indignados com o Programa Mais Médicos: por favor não
esperem uma “revolução médica no Brasil”. Não acreditem em
partido nem em candidato algum e lembrem-se que não podemos em
algumas semanas derrotar aquilo que vem sendo implantado desde a
década de 1960 – a destruição de toda cultura e de todo
pensamento crítico. Pouco importa o partido que nos governará pois
dezenas de milhões de pessoas que são contra o aborto, que se opõem
ao casamento gay, que discordam da restrição da venda de armas à
população..enfim que possuem valores que poderíamos chamar de
“conservadores” - não tem representação política alguma nessa
nação.
Com
a licença de vocês, apresento aqui a expressão “contra-revolução
cultural” e proponho seu uso para definir aquilo que Olavo, Graça,
Lobão, Heitor de Paola e tantos outros entre os quais eu mesmo nos
propomos fazer. Sem consultá-los sobre o termo – em si suspeito e
que reconheço não soar muito bem à medida que leva a palavra
“revolução” - não me ocorre definição melhor e que seja
capaz de definir a frustração de quem não se sente representado
por ninguém nem por força política alguma.
Certa vez Adolph Hitler – segundo o biógrafo Joachim
Fest – afirmou que “toda força bruta que não estiver embasada
na mais firme fé está fadada ao fracasso”. Declaro eu – para a
alegria daqueles que querem me chamar de “nazista” - que nada
pode ser mais irônico vindo de um genocida histérico; e que nada
pode ser mais verdadeiro para quem quiser enfrentar o PT.
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