Uma das coisas que mais me irrita são pessoas que só conseguem ver um sentido e um objetivo político em cada ato humano. Gente que acorda, come e dorme política.
Vejamos o que o Olavo de Carvalho disse sobre isso ainda ontem no Facebook:
George Steiner, na brilhante conversação que manteve com Pierre Boutang na TV francesa sobre a "Antígona" de Sófocles em 1987, fez uma observação que basta para dar por terra com todas as tentativas de reduzir atitudes morais a tomadas de posição ideológicas: No confronto entre o rei de Tebas e a moça que exige um sepultamento honroso para os seus irmãos mortos em batalha, Antígona e Creonte não se colocam no mesmo plano: ela não tem NENHUMA VONTADE DE GOVERNAR, NENHUM INTUITO DE TOMAR O PODER. Ela fala em nome de um princípio universal que transcende infinitamente a esfera da concorrência política.
Volta e meia encontramos patifes que, por terem colocado suas vidas a serviço de uma facção política -- seja por genuína convicção ou por interesses menores, pouco importa --, não são capazes de conceber motivações superiores às suas, e explicam os nossos atos como se fossem os seus próprios com sinal partidário invertido.
De tato é notável como tudo parece se resumir à tomada de posição, à favor ou contra, em boa parte das rodas de discussões.
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