Todo evento histórico marcante e determinante para o curso da História precisa ser lido, estudado, discutido e registrado. O movimento de 64 não fica de fora.
Mas é hora de superar sua supervalorização.
A coisa serviu por anos de justificativa para abafar a ascensão de qualquer direitismo no Brasil. Liberais — alguns de bumbum sedendo por sinalização de virtude — foram constantemente acusados de “entusiastas da ditadura” apenas porque representaram algum movimento de não-esquerda na política brasileira após a redemocratização.
Para a esquerda (e por muito tempo isso foi sinônimo de todo mundo com alguma voz no debate público), toda direita, é claro, é entusiasta do militarismo, saudosa da autoridade, lambe-bota de milico.
1964 acabou.
O experimento autoritário perigoso, vivo, que cresceu sob a tutela ideológica e o financiamento do dinheiro brasileiro e que merece nossa atenção é o venezuelado. O socialismo do século XXI, aquele que finalmente ia “dar certo”, se converteu em tudo aquilo que o socialismo sempre se converte: miséria, escassez, aniquilamento das liberdades civis — em suma, ditadura.
Aqui do lado, vivinha, ao vivo e a cores.
“Ah, mas o Brasil não iria virar Venezuela”. Mesmo que fosse verdade, não importaria, a Venezuela virou Venezuela por “nossa” culpa, o Brasil não cumpriu seu papel soberano na região e deixou que um regime autoritário se instalasse no nosso país vizinho. Além de já ser História, é também presente.
O temor da “ditadura” é histeria, é medo oriundo da crença louca no que se fala e não no real.
Chegou a hora do Itamaraty assumir seu papel e agir para o fim da única ditadura que se deve ter medo em 2018.
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